sexta-feira, 23 de julho de 2010

Libertar


Ela não sentia nada. Não havia raiva, dor ou angústia. Mas ali, não era onde ela queria estar. Fugir, fugir, fugir, sentir... Não saía de sua mente o poder desta palavra. Desaparecer. Isto não significava passar dessa pra uma melhor, mas simplesmente sair de lá. O que poderia haver depois? E bem longe, qual seria o gosto da distância? Ela não parava de pensar nisso e naquele instante, a vontade aumentou. O grito. A raiva. A explosão. E dentro dela? Nada. Nem um sentimento. Sentia-se vazia, sem gosto, a procura de um novo mundo. Talvez fosse nostalgia, ou saudade. Talvez fosse a perca total da paciência. Fosse o que for ela não sentia. Queria sair. Eclodir. Conhecer o que poderia haver lá fora. Ela esperava por mudanças, pelo menos por hora. Sair. Depois voltaria. Um dia quem sabe, se lá não encontrasse algo que a fizesse mudar de idéia. Lá? Onde? Não sabia. Estava oca. Não falava, pois não queria ouvir. Respirava... Sentiu! Sentiu?
Sentiu sua respiração, a freqüência de idas e vindas e imaginou se fora dali, ela sentiria a falta do ar. Como deveria ser? Como poderia ser? Ela não sabia. Ela não podia saber se não fosse. Mas como? Fugir. Espairecer. Refugiar-se. Onde? Lá.
Deveria estar lá em sua busca. Quem? O que? Na espera de sua respiração e de seu corpo para aquecê-lo. Ela sabia que havia algo lá, ou pelo menos deveria. Não era justo o mundo ser só aquilo. Não era certo. Ela queria mais. Buscava por mais. Mesmo sem que ninguém entenda. Mesmo sem que ninguém soubesse. Era o que ela desejava e sonhava. A liberdade de ida e vinda. O afável sentimento da descoberta. A busca pelo não conhecido e até então irreconhecível. Viver. Sonhar. Não desacreditar. Ser livre.
Libertar-se!
Só queria poder fugir. Voltaria sim, se pudesse. Um dia, quem sabe um dia.


Sobre mim: Depois de algumas festas e muito, muito trabalho: férias! Agora sim, de verdade.
Sobre nós: Você pode desperdiçar sua vida construindo barreiras e fronteiras, ou então você pode viver ultrapassando-as. Mas há algumas que são perigosas demais para serem cruzadas. E aí vai o que eu sei: se você estiver disposto a se arriscar, a vista do outro lado é espetacular. Meredith Grey


Um fim de semana abeçoado!

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